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Etiópia declara Estado de Guerra contra Tigray



[Etiópia declara Estado de Guerra]


Nesta quarta-feira (04/11), as forças etíopes foram enviadas para a região separatista de Tigray, logo após o país do Chifre Africano declarar Estado de Guerra.

O início dos ataques ocorreram quando as forças rebeldes da Frente de Libertação do Povo de Tigray (FLPT), invadiu uma base militar das forças federais, no norte do país, roubando vários equipamentos militares.

A região de Tigray, localizada no norte da Etiópia, e desde 1993, vem buscando se separar do país, assim como fizeram seus vizinhos eritreus, porém, sem sucesso. A região conta com vários arsenais militares instalados devido à guerra contra a Eritreia.

O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed - vencedor do Nobel da Paz de 2019, referente ao conflito entre Etiópia e Eritreia (1998-2000), afirmou junto ao número dois do exército que faria uma ofensiva militar contra a região separatista.

Em 9 de setembro, a FLPT, que também é um partido político regional, realizou eleições locais, o que não agradou Addis Abeba. O motivo seria por não concordar com o adiantamento das eleições propostas pelo governo central.

O que parece ser, é uma guerra entre etnias Oromia e Amhara. Os Tigrays estiveram no poder desde a queda da monarquia em 1975; e deixou a liderança do país com a entrada de Abiy Ahmed em 2018.

No dia 1 deste mês, após a retirada de forças federais na região de Welege, aconteceu um ataque reivindicado pelo Exército de Libertação Oromo em que saquearam aldeias e mataram mais de 60 pessoas. O Abiy condenou o ataque do grupo dissidente.

O conflito na região separatista de Tigray está em curso e as forças etíopes estão bombardeando várias aldeias e cidades, inclusive, a capital Mekele.

As instalações de energia e internet foram desligadas em Tigray.


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