Parte: 1
A representação cartográfica do mapa da
Síria é atual de março de 2020. Os conflitos no país se
intensificaram após a Primavera Árabe (ou Revolução de Jasmins),
iniciada na Tunísia em 2011, com o surgimento de vários grupos rebeldes
contra o governo de Assad.
A Síria situa-se em situação de guerra às
quais perduram desde 2012. Muitas das armas usadas por diferentes
grupos rebeldes e jihadistas, foram enviadas e contrabandeadas no
território sírio e com contribuição dos países ocidentais e envolvidos
no conflito. É preciso compreender a área de atuação dos diferentes
grupos, cada qual com seu interesse. A divisão do comando do território
sírio mudou sua dinâmica desde o início dos conflitos.
Os Estados
Unidos foram os primeiros a invadir o país à Oeste; norte; Leste; e
sudeste sírio, em 2012, mandando reforços para grupos rebeldes sírios
livres e depois mudaram sua tática, e, passaram a dá apoio aéreo – junto
à coalizão com a OTAN - aos curdos que lutavam em terra contra o avanço
do Isis (Daesh). O surgimento do Isis (1999) ganhou força com a saída
dos norte-americanos no Iraque, em 2013, podendo ocupar os armamentos
deixados para trás e tinha o propósito de formar o seu Califado, o
Levante do Estado Islâmico.
A presença do Daesh começou no Iraque,
conquistando Mossul como capital do Califado. Em 2014, o Daesh e grupos
salafistas buscavam o controle do Leste sírio, chegando a conquistar a
cidade de Raqqa, sua capital na Síria. A batalha de Kobane e de Allepo
deram aos curdos em suas diferentes unidades de combate, o poder e
domínio da parte nordeste da Síria. O último reduto do Califado cai em
Baghuz, em 2019. Mas isso não significa a derrota do grupo.
Com o
caos instaurado em território sírio, e cada vez mais a presença de
grupos rebeldes e jihadistas, Damasco teve apoio de Moscou e Teerã, para
enfrentar os grupos armados contra o governo de Assad.
Podemos
observar a luta étnica e religiosa atuando no país, como grupos rebeldes
formados por mercenários em diferentes milícias sunitas e xiitas, tanto
com apoio da Arábia Saudita, da Turquia e do Irã. Todos esses países
buscam hegemonia na região do Oriente Médio.
Parte 2:
Nos
campos de batalhas por região é comum ver a presença de um recurso
mineral em jogo, pois, campos de gás natural e petróleo é parte de
interesses dos países envolvidos nos conflitos, usados como fontes
energéticas.
Dentre diversos atos de violência praticada por
diferentes grupos, tentando a derrubada de Assad, mudava a cada dia,
quando o interesse entre os grupos rebeldes não atendiam seus próprios
interesses. A dissidência diária ou por operação, mudava o rumo dos
conflitos.
No final de 2019 foi criada no norte sírio, a Zona de
Segurança em que, Ancara fizeram algumas patrulha em conjunto com os
russos, inibindo a presença de grupos jihadistas para que essa área seja
uma região de retração dos refugiados sírios que estão em campos de
refugiados no sul da Turquia.
A Turquia é acusada de financiar o
Isis, durante a ocupação do Autoproclamado Estado Islâmico, comprando o
petróleo do grupo. O mesmo país chegou a ocupar a Região de Afrin, no
norte sírio, na operação Ramo de Oliveira (2018), expulsando da região a
SDF (Forças Democráticas Sírias). Recentemente, Ancara vem dando apoio a
grupos rebeldes na Região de Idlib, no noroeste sírio. Sua presença no
noroeste da Síria levou ao conflito direto com as tropas sírias. Na
mesma região é nítida a presença da Al-Qaeda e com total apoio turco.
O
governo de Ancara considera os curdos um grupo de terroristas. Os
curdos antes aliados dos Estados Unidos, agora encontro apoio dos
russos. As forças curdas foram responsáveis pela derrocada do Isis, na
Síria. Os curdos buscam mais autonomia no Leste da Síria e isso não
agrada Ancara.
Parte 3:
Os grupos rebeldes sírios e milícias
jihadistas voltam a brigar entre si no norte, em que o apoio vem dos
turcos, mesmo não podendo controlar toda a situação. Há relatos de novos
grupos jihadistas em ascensão em todo território sírio, estes,
resquícios do Isis.
Os Estados Unidos retiraram alguns militares
do território sírio. Porém, ainda mantém presença no norte e leste da
Síria, na fronteira com o Iraque, onde se encontra diversos campos de
petróleo. O governo sírio tenta a todo o momento expulsar as tropas
norte-americanas no país. Já na divisa do sudeste sírio, em Al-Takiah,
os Estados Unidos estão sendo acusado por forças pró-Damasco de armar
grupos que controlam os campos de refugiados. A justificativa
norte-americana era de levar ajuda humanitária devido ao avanço do
Covid-19.
Desde 1967, as colinas de Golan, no sul do país,
continuam ocupadas por Israel. Dessa região, durante a essa guerra na
Síria, Israel fazem ataques periódicos a alvos do Hezbollah e até contra
o governo sírio, destruindo suas instalações militares. Há relatos de
que, Israel deu apoio, tanto médico, quanto militar a grupos rebeldes e
jihadistas.
O Hezbollah é um grupo xiita do Líbano e tem apoio do
Irã, e atuou contra o avanço contra o avanço do Isis. O Irã apoia o
governo de Assad. Sendo assim, Teerã e Hezbollah, são todos inimigos de
Israel.
Os russos têm intermediado os conflitos entre Ancara e
Damasco, na situação de Idlib; ocupando também o norte da síria, área
controlada pelos curdos; além da presença no Mar Mediterrâneo, tendo o
controle dos portos no oeste do país.
Não podemos esquecer os
vários acordos da guerra. Isso é apenas um resumo. A situação dos
Estados Unidos no Oriente Médio se complica diante às baixas do petróleo
entre Rússia e Arábia Saudita. Isso já é assunto para outras postagens.
Um dos motivos da guerra na Síria começou pela disputa dos Estados Unidos usarem a Síria como rota da passagem de gasodutos e oleodutos vindos do Iraque para que a produção não precisasse passar pelo Golfo Pérsico, cruzando o território sírio até o Mar Mediterrâneo, e assim, escoar toda sua produção. Foi preciso a intervenção de países como Rússia e Irã em apoio à Síria, impedir o projeto norte-americano e da OTAN.
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