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Golpe de Estado em Myanmar o Tatmadaw toma o poder

 

 
Segunda-feira, 01 de fevereiro de 2021.

O General das Forças Armadas do Myanmar, Min Aung Hlaing, toma o poder do país ao negar o resultado das eleições parlamentares de novembro de 2020.

A junta militar alega ter havido fraude nas eleições em que com 83% dos votos foram para o partido Liga Nacional da Democracia (LND), que tem como líder San Suu Kyi detida momentos antes da posse junto ao presidente em exercício, Win Myint.

De acordo com a constituição de 2008, os militares têm direito a 25% dos assentos no parlamento. O partido de oposição União, Solidariedade e Desenvolvimento (USD), apoia os militares no poder.

Em um pronunciamento na Tv do Exército do Myanmar (Tatmadaw), o General Min Aung Hlaing, passa o poder interino ao ex-general Myint Swe, que permanecerá na presidência por um ano.

A constituição de 2008 também prevê que o Tatmadaw poderá intervir no comando do país a fim de evitar uma desintegração nacional.

Em Estado de Emergência, barricadas foram montadas nas principais cidades, a internet foi cortada, impossibilitando a comunicação da população que pouco se manifestou contra o golpe, apesar do apelo da Suu Kyi em acusar os militares de terem tomado o poder.

As manifestações contra o golpe em Myanmar ocorreram na Tailândia e em outros países do sudeste asiático, onde há bastante refugiados de Myanmar.

O Myanar esteve sob a ditadura militar de 1962 até 2010, quando houve o processo de transição democrática e eleições livres.

A líder Suu Kyi, eleita Prêmio Nobel da Paz em 1991, já governava o país com restrição em conjunto com os militares, porém, nada fez para proteger a minoría étnica Rohingya.

As principais organizações internacionais condenam o Golpe de Estado e os principais líderes mundiais já se posicionaram contra o controle do país pelo Tatmadaw.

Em 2017, o General Min Aung Hlaing já havia sofrido sanções internacionais por perseguir, torturar, matar e expulsar os Rohingya de religião muçulmana.

O quadro geral é de incertezas, porém, uma intervenção estrangeira no país é pouco provável, a não ser que forças políticas e empresariais estejam por trás e apoiando o golpe na antiga Birmânia.

 

 

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